Sobre o mix de cobrança, estresse, escolhas, saúde e bem-estar
Quem já passou por uma situação de forte estresse e percebeu alteração em sua
saúde? Aposto que muitas pessoas. Dor de cabeça, nas costas, no estômago e
outras queixas são algumas delas. Embora sejam sintomas similares, cada um sabe
aquilo que sente e os sinais do corpo soam como alertas. O que posso afirmar é
que, seja um acontecimento pontual ou uma sequência de situações estressantes
que vão se acumulando, os danos à saúde afetam a qualidade de vida. Digo isso
por experiência própria, pelo histórico da úlcera severa que já tive, pelas
pedras nos rins somatizadas, pela taquicardia e etccccc.
Claro que alguns acontecimentos fogem da nossa alçada, é a
forma como aprendemos a lidar com eles que fará diferença. Procurar auxílio
para enfrentar esses momentos é fundamental. É tão cruel ouvir que sua dor é
sinal de fraqueza e, infelizmente, é comum essa fala: “você precisa reagir, ser
forte.”
Quem determinou que precisamos ser fortes o tempo todo?
Até quando vamos permitir que a pressão de tantas demandas
nos sufoquem?
Até quando vamos seguir relevando aquilo que internamente
nos incomoda?
Quando iremos ter a coragem de finalizar ciclos?
Quando teremos a coragem de implementar aquela mudança tão
sonhada?
Essas questões e tantas outras pipocam no universo de
muitas mulheres. As cobranças se agigantam por todos os lados. E precisamos
estar atentas para não se deixar enjaular pelos padrões ditados de tantas
formas pela sociedade. E olha que até a jaula pode ser padronizada, embora seja
muito mais algoz a violência para algumas mulheres, pauta para tantos debates
cotidianos.
Ouça você, soa a voz da brisa maresia em meus sonhos. Escute seus sinais. Reservar um tempo para si
não é pecado. E até a culpa para isso as vezes surge em roda de conversas. É
impressionante a carga de cobranças em cima das mulheres.
Se trabalha fora sente-se culpada por não dedicar tanto
tempo aos filhos
Se fica em casa com as crianças e se desdobra nas
atividades do lar, ainda costuma escutar a frase: ”você tem tempo para fazer as
coisas porque não trabalha.” Como não???
Se decidiu tirar um tempo para si e família também escuta:
“vai ficar defasada do mercado e terá dificuldade de retornar.”
Se tem 1 filho escuta aquela frase carregada de maldição:
“quem tem 1 não tem nenhum”. Gente eu já ouvi isso quando tinha apenas minha
filha primogênita.
Se não tem filho por escolha própria vive sendo indagada:
“quando vai ter filho? Já passou da hora, vai ficar velha para engravidar”
Cortar vínculos é libertador. Mais uma vez digo por
experiência própria. Ter contato com a parte da família que presta porque a
parte que não presta tem e em todas que conheço. E isso vale para outros
relacionamentos também.
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